sexta-feira, 20 de abril de 2012

Osteogênese Imperfeita: A Doença dos Ossos de Vidro


A estatística é pequena (1 a cada 30 mil é equivalente 0,0003% dos bebês) mas para os pais que tem um bebê nascido com ossos de vidro (osteogenesis imperfeita) o número é bem doloroso.
A Osteogenesis imperfeita ( em latim osteogenesis imperfecta) ou mais popularmente “ossos de vidro”  tem como característica as constantes fraturas que a criança sofre.
O ossos de vidro é uma doença de origem genética, que pode se manifestar de forma leve ou grave – nessa última forma de manifestação muitos bebês sequer resistem ao parto por nascerem com múltiplas fraturas sofridas dentro do útero materno. A forma grave da doença pode ser detectada durante a gravidez através de uma ecografia.
O osso de vidro ocorre porque o perfil do osso não é formado adequadamente, já que a doença causa alterações na produção do colágeno, importante para a resistência dos ossos, e as fraturas começam a aparecer com pequenos acidentes que normalmente não chegariam a quebrar um osso, mas na criança que tem o problema, uma simples pancada pode provocar fraturas graves.
A criança que tem o problema, além de ter os ossos frágeis, tem o branco do olho azulado e pode apresentar uma surdez precoce, devido aos ossos do ouvido, que ao serem fraturados provocam perda da audição. Os ossos de uma pessoa com Osteogenesis são arqueados e os dentes não conseguem se formar corretamente, porque também são frágeis.

Consequências dos ossos de vidro para os bebês

Com a quebra dos ossos, muitos bebês demoram a se desenvolver – andar, firmar a cabeça, sentar demoram mais e todo cuidado deve ser tomado para evitar fraturas porque o local é engessado e com a imobilização e sem a movimentação da parte afetada, ocorre uma demora de desenvolvimento.
A quebra dos ossos traz uma consequência: o encurvamento dos ossos longos como os da coluna, pernas e braços. Além do sintoma aparente da fratura, a doença pode se manifestar através da esclerótica azulada, dentes acinzentados, formato do rosto triangular, deficiência auditiva, dificuldade de locomoção, compressão do coração e pulmões (em casos graves), sudorese e fragilidade muscular.

O ossos de vidro e a vida de um adulto

Um pessoa consegue conviver com a Osteogenesis imperfeita, tudo vai depender do grau de manifestação da doença, que pode trazer algumas complicações, como a baixa estatura (nanismo) ou a dificuldade em andar.
O tratamento vai depender de cada caso. Atualmente existe a fisioterapia, colocação de aparelhos ortopédicos, cirurgia e medicação, mas as formas de se tratar serão decididas pelo médico, após uma avaliação criteriosa.
No fim da adolescência as fraturas são menos frequentes, como se a doença regredisse um pouco, mas os cuidados e o tratamento continuam por toda a vida.

domingo, 1 de abril de 2012

Descoberta da Astronomia poderia levar a tratamento eficaz para o câncer.


O que astronomia e medicina têm em comum? Aparentemente, a possível cura para uma das piores doenças que já existiram.
Astrônomos fizeram uma descoberta no estudo de estrelas e buracos negros que pode levar a tratamentos mais seguros e efetivos de câncer no futuro.
Os cientistas notaram que metais pesados emitem elétrons de baixa energia quando expostos a raios-X com energias específicas.
Isso levanta a possibilidade de que implantes feitos de ouro ou platina poderiam permitir aos médicos destruir tumores com elétrons de baixa energia, expondo o tecido saudável à radiação muito menor do que é possível hoje.
Simulações de computador sugerem que atingir um único átomo de ouro ou platina com uma pequena dose de raios-X em uma estreita faixa de frequências produz uma avalanche de mais de 20 elétrons de baixa energia.
Os cientistas explicam que esses elétrons ejetados podem matar o câncer, destruindo seu DNA. Assim, os médicos podem incorporar muitas nanopartículas de metal pesado dentro e ao redor de tumores e, em seguida, atingir-lhes com radiação adaptada.
O chuveiro de elétrons resultante poderia destruir um tumor, e o processo reduziria grandemente a exposição à radiação do paciente, em comparação com métodos de tratamento mais atuais de radiação.
A equipe construiu um protótipo que mostra que frequências específicas de raios-X podem liberar elétrons de baixa energia a partir de nanopartículas de metais pesados. Enquanto a máquina ainda precisa ser desenvolvida, já existe prova de que a técnica tem potencial para o tratamento do câncer.
Em resumo, o estudo poderá eventualmente levar a uma combinação de radioterapia com quimioterapia, com a platina sendo o agente ativo.
Esse potencial novo tratamento surgiu com o estudo dos céus. Especificamente, os pesquisadores estavam tentando entender do que diferentes estrelas são feitas, com base em como a radiação flui através e emana delas.
A equipe construiu modelos de computador complexos para simular esses processos. Os modelos deram pistas de como metais pesados como o ferro se comportam quando absorvem diferentes tipos de radiação.
O ferro desempenha um papel dominante no controle do fluxo de radiação através de estrelas. Mas também é observado em alguns ambientes como buracos negros, que produzem alguns tipos de raios-X que podem ser detectados da Terra.
Foi quando eles perceberam que as implicações iam além da astrofísica atômica: raios-X são usados o tempo todo em tratamentos de radiação e de imagem, bem como metais pesados. Se fosse possível alvejar nanopartículas de metais pesados em certos locais do corpo, seria possível também reduzir a exposição à radiação e ser muito mais preciso.
“Como astrônomos, aplicamos física e química básicas para compreender o que está acontecendo nas estrelas. Estamos muito animados em aplicar o mesmo conhecimento para tratar o câncer”, disse o astrônomo Sultana Nahar.[LiveScience]

sábado, 31 de março de 2012

Mesas de bronzeamento realmente causam câncer de pele

Novas pesquisas comprovam a ligação entre esses equipamentos de bronzeamento “caseiro” com o melanoma – o tipo mais grave do câncer de pele.
O estudo envolveu 2268 pessoas e mostrou que pessoas que usam qualquer tipo de cama de bronzeamento têm 70% a mais de chance de desenvolver melanoma. Segundo os cientistas, o tipo ou a marca do aparelho não interferia no resultado, todos apresentavam o mesmo risco.
Além disso, os riscos aumentavam de acordo com a freqüência do uso, independentemente da idade ou do sexo do usuário.
Apesar do melanoma representar apenas 4% das ocorrências de câncer de pele é responsável por 79% das mortes causadas pela doença. Então se você acha que a proibição das mesas de bronzeamento foi besteira e estava pensando em piratear uma para sua casa, é melhor mudar de idéia.

Câncer de Pele.


Hoje, é raro encontrar quem não saiba que a exposição excessiva aos raios solares aumenta, e muito, a incidência de câncer de pele especialmente nos indivíduos de pele muito clara. O problema é que tomar sol provoca uma sensação bastante agradável.  A pele bronzeada adquire uma aparência teoricamente mais saudável e as pessoas se sentem mais bonitas e atraentes.
No entanto, são cumulativos os danos na pele causados pelo sol. Com o passar da idade, quanto mais frequente e duradoura tiver sido a exposição, maior a possibilidade de ocorrerem manchas e tumores malignos.
Drauzio Varella e Ivan de Oliveira Santos, médico, especialista no tratamento de tumores de pele e professor de cirurgia na Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo explicam na entrevista a seguir:


Drauzio – Todo mundo sabe que no início da manhã e no final da tarde o sol traz menos prejuízos para pele o que não acontece nos outros horários. Como se explica essa diferença?
Ivan de Oliveira Santos – Das dez horas da manhã até as três ou quatro horas da tarde, há prevalência dos raios ultravioleta do tipo B. Embora o comprimento de onda desses raios não seja tão longo quanto o do tipo A, eles são mais cancerígenos e provocam mais alterações na pele, entre elas o carcinoma espinocelular.
Sempre se acreditou que os raios ultravioleta do tipo A, que incidem no restante do dia, fossem menos maléficos, apesar de provocarem o envelhecimento precoce da pele por serem mais profundos. Ultimamente, porém, uma série de trabalhos sobre o assunto está relacionando esse tipo de raios à incidência de melanoma, entre todos o mais perigoso dos tumores, pois pode levar o indivíduo ao óbito. O basocelular e o espinocelular são carcinomas mais facilmente curáveis, embora, algumas vezes, provoquem deformidades. O melanoma, no entanto, tem maior capacidade de desenvolver metástases, popularmente chamadas de raízes, e de comprometer o funcionamento de outros órgãos. Por isso, pessoas de pele clara, principalmente, devem saber tomar sol.
Drauzio – O que é saber tomar sol?
Ivan de Oliveira Santos – Como regra básica, todos podem e devem tomar sol, mas para cada um existe um limite tolerável de exposição que deve ser respeitado. A pessoa pode identificar seu limite, observando o eritema, ou seja, o vermelhidão ardido que se forma na pele e que incomoda à noite. Há pessoas com pele muito sensível que vão à praia, por exemplo, e nunca conseguem ficar morenas. Essas, infelizmente, não podem tomar muito sol, porque não foram preparadas pela natureza para morar em países tropicais como o Brasil ou a Austrália, onde o sol é intenso. Já uma pessoa com pele que chamamos do tipo 3, a que vai à praia e logo consegue ficar moreninha, não tem tanto problema, porque essa coloração funciona como um filtro solar que a natureza lhe deu, aliás, o melhor filtro solar que existe, pois protege bastante contra os raios ultravioleta do sol.
TIPOS DE PELE E REAÇÃO AO SOL
Drauzio – Vamos estabelecer como reagem ao sol os diferentes tipos de pele, do mais claro ao mais escuro?(imagem1)   
Ivan de Oliveira Santos – Pessoas de pele clara como a retratada na foto II têm dificuldade para produzir o pigmento de melanina. A ruiva que aparece na foto I não fabrica eumelanina. Os ruivos têm um pigmento que se chama felmelanina, muito encontrado nos escoceses e irlandeses e com capacidade menor de defendê-los dos raios ultravioleta do sol. Por isso, esse tipo de pele é mais sensível até mesmo que a dos loiros, mas menos sensível do que a dos albinos que nunca ficam bronzeados. As fotos III e IV registram um tipo de pele com maior capacidade de defesa. Tomando um pouco de sol, essas pessoas praticamente não ficam vermelhas e, já no dia seguinte, estão moreninhas. Elas possuem uma defesa natural contra os raios ultravioleta e não precisam preocupar-se tanto, embora tenham que tomar cuidado, porque o sol envelhece a pele e não afasta a possibilidade de provocar um câncer.
Drauzio – Do ponto de vista da resistência ao sol, a pele negra (foto V) é a ideal, você não acha?
Ivan de Oliveira Santos – É a campeã. É raro encontrar um câncer de pele nos negros. Quando o problema aparece, principalmente o melanoma, ocorre na região plantar e na palma da mão, superfícies despigmentadas, onde não existe defesa. Nesses casos, a doença talvez se manifeste por causa do atrito a que essas áreas estão expostas. (tem imagem do pé)
Drauzio – Sempre digo que a pele negra é uma pele superior. Se alguma espécie de preconceito se justificasse, deveria ser da negra contra a pele branca.
Ivan de Oliveira Santos – Os negros são muito mais preparados para viver num país tropical como o nosso do que os brancos.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO PROTETOR SOLAR
Drauzio – Que critério as pessoas devem adotar para escolher o fator de proteção solar dos protetores encontrados no mercado?
Ivan de Oliveira Santos – Para pessoas de pele normal sem casos de câncer de pele na família e que nunca tenham manifestado o problema, o fator de proteção solar número 15 é o que representa melhor custo-benefício, porque consegue oferecer 94% de proteção contra os raios ultravioleta do tipo B. Além disso, os produtos mais modernos protegem não só contra o UVB (ultravioleta do tipo B) como também contra o UVA (ultravioleta do tipo A), uma vez que a tendência atual é creditar uma serie de lesões, incluindo o melanoma e o envelhecimento precoce, à ação dos raios UVA.
Em relação ao custo-benefício, portanto, protetor solar fator 15 é o indicado, porque garante 94% de proteção. Se a pessoa usar o fator 33, aumentará esse índice para 97%, o que não representa uma diferença significativa.
Drauzio – As pessoas acham que se usarem o fator 60, por exemplo, estarão mais protegidas. Isso é verdade?
Ivan de Oliveira Santos – Atingir 100% de proteção é impossível nem vale a pena. É preciso tomar um pouco de sol para estimular a pele. O contraproducente é a pessoa ficar trancada no escritório o ano inteiro e, sem proteção alguma, querer bronzear-se de uma hora para outra. Além de estragar suas férias, vai provocar o envelhecimento da pele e o aparecimento de lesões.
Minha advertência é sempre a mesma: pode ficar moreno, o que não pode é ficar vermelho. Se a pessoa consegue bronzear-se mesmo sem o protetor solar é porque tem a pele adaptada para receber os raios solares. As outras precisam ficar atentas e o protetor fator 15 pode ajudá-las a defender-se dos danos causados pelo sol.
Drauzio – Para as crianças, vale a mesma indicação?
Ivan de Oliveira Santos – Vale também para as crianças. Muitas vezes, o problema não está no fator de proteção, está no saber passar o produto. Não basta aplicá-lo uma única vez antes de ir tomar sol. É preciso repetir a operação pelo menos a cada duas horas, porque 50% do efeito desaparecem com o tempo. Especialmente se a pessoa entrou na água ou suou muito deve refazer a aplicação. Às vezes, ela acha que, passando um protetor fator 60 pela manhã, estará protegida o dia todo, o que é um engano. Se estiver na praia, então, precisa repetir a aplicação com frequência para garantir o efeito desejado.